COP 15


“Quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
vocês vão entender que dinheiro não se come.”
Greenpeace

Os jogadores

As negociações climáticas são parecidas como um grande jogo de pôquer: cada país tem cartas mais ou menos fortes, o blefe é parte e as parcerias mudam a cada rodada. Saiba o que as nações têm a oferecer e o que esperam da COP15

Estados Unidos
2º maior emissor de gases-estufa
Grau de influência: cinco
É um dos dois países, ao lado da China, que podem determinar o sucesso ou o fracasso das negociações. Porém, uma vez que a lei americana de energia do Obama está parada no Senado, os negociadores americanos não sabem direito até onde podem ir
Conchavo: recebe apoio da União Européia, mas é visto com desconfiança pelos países em desenvolvimento
O que oferece: é possível que se atenha ao corte de emissões entre 14% e 20%, em relação a 2005, até 2020 – o que é muito pouco
O que deseja: um acordo que não tenha custos econômicos nem coloque nenhum freio de qualquer maneira no crescimento

China

1º maior emissor de gases-estufa
Grau de influência: cinco
Ultrapassou os Estados Unidos como o maior emissor em 2006, mas diz que só pode assinar um “acordo político” em Copenhague se os países ricos fizerem grandes cortes de emissão.
Conchavos: parceiro comercial de grande influência na Ásia e na África, fez um acordo de comum interesse com a Índia e outros países em desenvolvimento para pressionar os industrializados
O que oferece: 40% a 45% de corte da “intensidade de carbono” até 2020 – o que equivale aumento das emissões em relação a 2005. O quanto, não se sabe com certeza.
O que deseja: que os países ricos financiem tecnologias limpas e medidas de adaptação às mudanças climáticas

União Européia
Grau de influência: quatro
Pela falta de comprometimento dos outros grandes emissores, a União Européia aparece como a grande força progressiva das negociações e se vende como sendo mais verde do que realmente é
Conchavos: fez menos pressão sobre os Estados Unidos do que era esperado
O que oferece: € 100 bilhões por ano para um fundo de adaptação e mitigação e até 30% de corte de suas emissões até 2020, em relação a 1990
O que deseja: que os emergentes assumam um bom pedaço do fardo

Japão
Grau de influência: quatro
O novo primeiro-ministro Yukio Hatoyama deu novo ânimo para as negociações climáticas ao aumentar o papel de seu país no debate
Conchavos: japoneses e americanos têm falado a mesma língua quando tratam de desenvolvimento de tecnologias limpas
O que oferece: um corte de 25%, em relação a suas emissões em 1990, até 2020 – muito mais do que os 8% oferecidos pela administração anterior.
O que deseja: ser visto como um líder climático e manter a liderança no desenvolvimento de tecnologias, ameaçada pelo avanço chinês

Rússia
Grau de influência: três
O país se deita sobre um imenso e lucrativo colchão de créditos de carbono, uma vez que suas emissões caíram imensamente depois de 1990, graças ao colapso da URSS. A Rússia usou o debate sobre clima e energia para voltar ao grupo de seletos, mas na COP15 deve mais ouvir do que agir
Conchavos: ligação com a União Européia
O que oferece: um corte de 25% das emissões até 2020, em relação a 1990 – se todo mundo fizer o mesmo
O que deseja: de olho tanto no Leste quanto no Oeste, a Rússia quer vender gás para todo mundo

Grã-Bretanha
Grau de influência: três
Um dos países que genuinamente está preocupado com o aquecimento global – até porque enfrentará graves problemas de infra-estrutura se a temperatura subir demais – e ainda carrega o fardo histórico de ser o lar da Revolução Industrial.
Conchavos: faz trio com França e Alemanha no estabelecimento de metas de corte e financiamento para países em desenvolvimento
O que oferece: um corte ambicioso de 80% nas emissões, em relação a 1990, até 2050
O que deseja: que o premiê Gordon Brown fique de bem com a opinião pública britânica

Brasil
Grau de influência: três
Um dos maiores emissores de gases-estufa do planeta, principalmente por causa do desmatamento. Posa de bonzinho por causa da energia vinda de fontes renováveis – sobretudo hidrelétricas e etanol.
Conchavos: quem der mais dinheiro para o Fundo Amazônia leva a simpatia brasileira
O que oferece: uma redução de 36% a 39% na taxa de emissão projetada em 2020
O que deseja: que o presidente Lula seja visto como salvador da lavoura – mesmo que não mereça o título de verdade

Índia
Grau de influência: três
A visão de que usinas térmicas a carvão vão tirar milhões da pobreza se choca com a previsão de que a capital, Nova Déli, será afetada pela subida dos oceanos.
Conchavos: a China é um importante parceiro comercial; além disso, a Índia goza de grande influência no G77
O que oferece: um corte de pelo menos 20% da “intensidade de carbono”
O que deseja: desenvolvimento

Canadá
Grau de influência: três
Tem se colocado como grande empecilho nas negociações climáticas: no Protocolo de Kyoto, em vez de cortar suas emissões, aumentou em 34%
Conchavos: pode servir de escudo para a inação dos Estados Unidos – e não o fará de graça
O que oferece: um corte de ridículos 3% nas emissões, em relação a 1990, até 2020
O que deseja: que nada atrapalhe a lucrativa extração de suas imensas reservas de betume, uma fonte de petróleo

Austrália

Grau de influência: três
Na administração passada, o país era contra tudo – agora tenta mudar. Tem a maior emissão per capita do mundo e, ainda assim, uma boa parcela da população é bastante sensível à discussão climática
Conchavos: foi convidada a fazer parte do grupo de “amigos” do país-sede da COP
O que oferece: cortes de 5% a 25% - com uma série de condicionantes
O que deseja: o premiê Kevin Rudd precisa mostrar a seus eleitores que não mentiu descaradamente quando disse que mudaria a posição australiana

Noruega
Grau de influência: três
É uma das grandes na indústria de gás e petróleo do mundo. É também um dos países pioneiros em taxação de carbono, apresenta metas de corte ambiciosas e ainda financia a conservação da Amazônia
Conchavos: critica ferozmente a posição da União Européia – e apóia quem fizer mais
O que oferece: 40% de corte das emissões até 2020 em relação a 1990
O que deseja: comprar de outros países o máximo possível de créditos de carbono

Maldivas
Grau de influência: um
Esse pequeno país-ilha representa as maiores vítimas do aquecimento global e ganhou peso moral nas negociações climáticas
Conchavos: tenta articular força no G77 e agradece qualquer país que se penalize com sua situação
O que oferece: ser totalmente carbono neutro em 2020
O que deseja: o máximo de corte possível dos países industrializados

Arábia Saudita

Grau de influência: um
Um dos vilões históricos das negociações climáticas, o maior produtor de petróleo no mundo obviamente odeia qualquer conversa sobre corte de emissões e tenta parar o debate em toda e qualquer oportunidade
Conchavos: com seus colegas de Opec, quer dinheiro para compensar o não-comércio de petróleo
O que oferece: muitos barris de petróleo
O que deseja: o fim da Convenção do Clima da ONU

Fonte: The Guardian
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São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brazil
Carioca, gonçalense com orgulho... Incomum diferente e bagunceiro. Não fica em casa no fim de semana. Sempre anda em bando com os mesmos seres estranhos que teima chamar de grandes amigos. Escutador de tudo, leitor desenfreado. Apaixonado por cultura e pensamentos. Publicitário apaixonado por aquilo que faz. E acima de tudo com fé em Deus! Eterno inconformado com este século que tenta mudá-lo pela renovação do pensamento. Agora chega de blábláblá