A revista Época do mês de março desse ano trousse uma matéria intitulada “O que é sexo normal” escrita por Fernanda Colvatti e Rodrigo Turrer
“O manual da psiquiatria esta sendo revisto. Entre os novos distúrbios deverá estar o impulso incontrolável de fazer sexo”
O texto se inicia com o relato de uma paulistana de 49 anos casada e satisfeita com sua relação desde que se tornou adepta ao “BDSM”, pratica sado masoquista que pode ou não envolver dor com o objetivo de obter o prazer sexual sendo submissa ou dominadora. Muitas pessoas são adeptas a essa tentativa diferente de buscar o prazer sexual. As praticas vão de se amarar nu durante horas enquanto são dominados a bem mais que uns tapinhas, mas tudo pelo prazer e em acordo mutuo. Essa pratica e vista como um “distúrbio psiquiátrico” de acordo com Associação de Psiquiatria Americana (APA), referencia mundial
A APA publicara em 2013 uma versão atualizada do manual da psiquiatria que descreve cerca de 300 distúrbios psíquicos, entre eles os distúrbios sexuais, mas desde fevereiro circula na internet uma lista com propostas dos comportamentos que passam a ser considerados anormais
Os puladores de cerca provavelmente apoiaram a proposta da compulsão sexual se tornar oficialmente um transtorno psíquico. O problema da compulsão sexual afeta o estilo de vida de cerca de 6% da população dos Estados Unidos. Esse “impulso incontrolável” e mal visto por ser muito utilizado como justificativas nas escapadas de alguns homens casados
Segundo Luiz Alberto Hetem, vice presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, “a vantagem de incluir no novo manual de doenças é poder estudá-la mais detalhadamente e descobrir quais tratamentos e intervenções dão melhores resultados”. Desse modo isso se torna um ponto de muita discussão pois, de um lado da credibilidade aos pacientes e de outro justifica a infidelidade com prescrição medica Heter vai mais a fundo e diz que isso pode servir de argumento para livrar estupradores da cadeia. Esse impasse é antigo e nunca chegado a alguma solução, se torna impossível diferenciar os doentes dos estrupadores já que o Distúrbio Obsessivo Coercivo e definido como “fantasias e desejos intensos com a possibilidade de forçar outra pessoa a fazer sexo”. O psiquiatra Aderbal Vieira Junior diz; “O conceito e bom não me oponho. Nem toda pessoa que comete estrupo tem personalidade amoral, a maior parte sofre com o que está fazendo”
A questão é o que e normal no sexo? Como seria possível criar uma linha entre o que e normal ou não? “O conceito de saudável para a Organização Mundial de Saúde (OMS) define-se pelo bem estar biopsicossocial do ser humano”
Embora a iniciativa da APA seja boa, ela tenta definir o que é normal e trata o “anormal” como doença, com isso os adeptos ao sado masoquismo e outras praticas sexuais diferentes serão promovidos de “anormais” a doentes psiquiátricos. Hoje o sexo, de modo geral, é em busca do prazer, independente dos costumes que são utilizados para isso. Tentar restringir ao normal e anormal essa busca pelo prazer e no mínimo uma involução dos costumes sexuais, pois já foi considerado, muitos séculos atrás, que o sexo por prazer fosse algo fora do normal, afinal ele era visto apenas como método de procriação. O comportamento sexual só deve ser visto como um problema quando prejudica a vida de alguém, logo essa pessoa deve buscar ajuda medica, mas quando a consentimento mutuo das atitudes sexuais não existem motivos para ser considerados “anormais”, sendo assim o normal passa a ser a busca do prazer e o anormal tudo que atrapalha o prazer mutuo. Essa sim seria a evolução dos costumes sexuais
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